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Uma aula de diplomacia, alta finança e geopolítica global

Uma aula de diplomacia, alta finança e geopolítica global

Agora que acabou a brincadeira de a embaixada do Brasil em Washington ser oferecida ao jovem (35 anos) e inexperiente deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), depois que, como logo deduzimos aqui nesta coluna, na última quinta-feira, 17 de outubro, às 12:38, quando seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, anunciou que Eduardo seria o líder do governo na Câmara dos Deputados, um programa imperdível é o debate nesta quinta-feira, 24 de outubro, às 19 horas, na Livraria Argumento, no Leblon. Será em torno do lançamento de seu livro “O Brasil não cabe no quintal de ninguém”, editado pela LeYa Brasil, no qual o experiente economista Paulo Nogueira Batista Junior, rechaça o complexo de vira-latas que sempre atormentou os brasileiros e nos fizeram prestam vassalagem a Tio Sam e às potências europeias.

PNB Jr, que é colunista do JORNAL DO BRASIL às sextas-feiras, vai debater os desafios atuais da economia globalizada com o embaixador aposentado Adhemar Bahadian, também colunista dominical do JB, que serviu na Itália e na União Europeia, e com a economista Inês Patrício, da Universidade Federal Fluminense.

Paulo Nogueira Batista Jr esteve à frente de uma diretoria do Fundo Monetário Internacional (FMI) na maior crise recente do capitalismo mundial – a crise do sub-prime das hipotecas nos Estados Unidos, em agosto-setembro de 2008, que levou à quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, e cujos reflexos perduram até hoje. Nunca houve, -passados 11 anos – período de tão larga frouxidão monetária da parte dos principais bancos centrais, à frente o Federal Reserve Bank, de um lado, e o Banco Central Europeu, de outro. A relutância em enxugar a liquidez indica que os alicerces ainda estão frágeis.

Paulo Nogueira Batista Jr, que sempre foi um crítico contumaz do excesso de conservadorismo das políticas monetárias e cambiais adotadas pelos dirigentes do Banco Central do Brasil, aborda questões econômicas sérias e conta os bastidores das manobras para tirá-lo da condição de vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento, o Banco dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), após o impeachment de Dilma e a posse do governo Temer. Um dos seus desafetos é o ex-presidente do BC, Ilan Goldfajn.

Este é um programa que Eduardo Bolsonaro não deveria perder, se ainda cogita um dia usar suas habilidades de “fritar hambúrguer” para postular o cargo de Embaixador do Brasil em Washington, o posto mais alto e que exige elevado conhecimento e experiência no trato da finança e das relações comerciais multilaterais da diplomacia brasileira.

Oportunidades em torno do Flamengo e do futebol

Que o Flamengo é quase uma nação, com pelo menos 40 milhões de adeptos (num país com 210 milhões de habitantes) todos comprovam a cada dia, quando seus jogos, em qualquer estádio do Brasil, reúne uma imensa torcida local.

O bom desempenho do time no Campeonato Brasileiro, no qual lidera com 64 pontos, 10 à frente do vice Palmeiras, 20 à frente do Corinthians, o 2º de maior torcida do Brasil, e 27 pontos adiante do Vasco da Gama, 31 de vantagem sobre o Botafogo e 35 acima do Fluminense, tem atraído mais admiradores do belo futebol exibido pelos jogadores rubro-negros.

Escrevo esta coluna menos de duas horas antes da semifinal da Taça Libertadores das Américas, entre Flamengo X Grêmio. Um empate de 0 x 0 ou qualquer vitória empurram o meu Mengão adiante. Um empate de 1 x 1 força a decisão nos penalties. Um empate por mais de um gol ou a vitória coloca o tricolor gaúcho como adversário do River Plate na final em Santiago do Chile.

Não importa o resultado (embora seja grande a legião de adversários do Flamengo dispostos a ver o Mengão tropeçar, o que não ocorre no Brasileirão há três meses). Para fazer jus a uma coluna que procura olhar adiante em economia, daí seu nome O Outro Lado da Moeda, vale examinar, pelo afluxo de torcedores de todo o Brasil que vieram de avião, carro, ou ônibus para assistir ao jogo no Maracanã, onde só cabem menos de 70 mil torcedores. (não dá para contar em duas mãos os jogos do Mengão ou da seleção que assisti com mais de 100 mil torcedores acima das atuais ridículas dimensões do Maraca).

Por que Paris Saint Germain e não Flamengo?

O carioca craque de marketing esportivo, Michel Cardoso, 38 anos, acaba de marcar um gol de placa ao ter seu projeto de popularização do francês Paris Saint Germain aprovado em grande estilo pela direção do time de Neymar, Mappé e Thiago Silva. Esta semana o PSG, através de Michel e do ex-jogador Maxwell, lançou no Brasil um projeto inédito de sócio torcedor destinado aos torcedores brasileiros.

Com planos acessíveis, o ‘My Paris’ oferece benefícios especiais, como descontos em produtos, prioridade em compra de ingressos e pacote de viagens à capital francesa, além do intuito de estreitar a relação com a torcida brasileira.

O clube oferece dois planos: o Verde e Amarelo (R$ 9,90 por mês) e o Azul e Vermelho (R$ 49,90). O mais barato confere ao torcedor prioridade de acesso em jogos do PSG, sorteios exclusivos e entrada em eventos produzidos pelo clube no Brasil, além de outros benefícios. No Azul e Vermelho, o sócio pode ter até três entradas em eventos, como transmissões de jogos e acesso VIP no Parc des Princes. Além disso, a iniciativa permite o uso da PSG TV, a possibilidade da entrada de crianças com jogadores e busca facilitar o acesso dos torcedores em Paris, com pacotes de viagens.

Uma das cerejas do bolo oferecido por Michel Cardoso é o primeiro pacote de viagens para o último jogo do PSG, em 2019, em dezembro, aonde todo o serviço de transfer vai ser oferecido pra quem quiser viajar nesse período, de 18 a 23 de dezembro. Ou seja, a esticada do Natal também será em Paris.

No tour especial do PSG, o sócio torcedor vai ter o acompanhamento de guia, inclusive um guia oficial do programa vai acompanhar o grupo e o ingresso tá incluído dentro desse pacote e a gente vai oferecer todo suporte para que os brasileiros possam ter a melhor experiência possível de PSG em Paris, explicou, meu amigo Michel, com quem tenho pequena divergência: ele não é Flamengo.

O programa vai muito bem, apesar do “mala” do Neymar…

As oportunidades perdidas no Brasil

Agora vejam o que o Flamengo perdeu para alavancar seu programa de sócio-torcedor. Como andei acompanhando os principais programas esportivos, notei que vieram amigos e familiares dos quatro cantos do Brasil. Alguns vieram de Rondônia, outros do Nordeste, de Brasília e Minas.

Apesar de o Flamengo ter uma loja no Santos Dumont, nem todos foram devidamente informados que tinham de trocar os ingressos da partida que compraram no site do clube por tickets em papel dos ingressos.

Caravanas voluntárias levaram milhares de torcedores à sede do Flamengo na Gávea, às margens da Lagoa Rodrigo de Freitas. Um dos objetos de desejo era conhecer a sala de troféus, onde estava exposta a Libertadores e a Taça de Campeão do Mundo, conquistadas por Zico & Cia em 1981.

Outros mais dispostos, atravessaram a Barra da Tijuca para conhecer o Ninho do Urubu, quase no Recreio dos Bandeirantes, sem possibilidade de acesso aos jogadores, que treinaram em segredo.

Imagine se tudo isso fosse previamente organizado e incluído em pacotes?

Qualquer que seja o resultado do jogo logo mais à noite ainda há muito o que fazer se o time continuar sobrando no Brasileirão. Primeiro porque o time deu liga total com a galera das arquibancadas. Segundo porque o amor ao Flamengo é imenso. Está comigo há 64 anos. Imagine com as novas gerações.

O melhor e o pior negócio

Como dizia o velho John D. Rockfeller, “bem administrado, o petróleo é o melhor negócio do mundo; mal administrado, é o segundo melhor”.

Digo que o futebol, em bom nível, é um excelente negócio. Em mau nível, só enriqueceu dirigentes, técnicos e empresários inescrupulosos.

Bem explorado, pode ser uma mina de ouro, gerar renda e empregos para muitos e ser fator de inclusão social. É só os dirigentes dos clubes brasileiros serem menos amadores, mais transparentes, contratarem administradores profissionais e bons gestores de marketing.

As possibilidades dos programas de sócio torcedor vão muito além do ingresso barato. Hoje, quem ganha mais dinheiro com futebol são as emissoras de TV, que têm nos jogos (tirando os da Seleção) os seus “campeões de audiência”.

Jornal do Brasil

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